Ele era imaturo com rosto de criança doce e ingênua , e eu , a criança mais boba do mundo . É claro que eu sinto sua falta as vezes , qual a criança mimada por ele que não sentiria . E um dois dias em que mais lembro da sua existência é quando passo pela avenida 47 , e lhe vejo no reflexo das poças que ficaram naquele túnelapós a tempestade do dia anterior. Ainda sou uma criança . E uma parte dela que vive aqui dentro , continua brincando de balanço no fim da tarde.E quando me ponho a frente a cada poça chuto a agua como quem estivesse brincando , e ao mesmo tempo não quisesse mais brincar porque enjoou . Sempre deixei de lado aquilo que me faz mal , aquele que me põe de lado no jogo e que sempre me deixa como ultima opção . Por que agora seria diferente ? Ele foi apenas uma criança como tantas outras . E eu ? Acho que nunca fui tão criança assim . Pelo menos não como ele , longe de mim . Pode-se dizer que fui a boba , a mesma que agora chuta a poça tentando acertar sua cara e lhe apagar de lá .Chegar ao outro lado da avenida , onde ainda haja o balanço pendurado na árvore mais antiga do jardim, intacto ,só esperando por mim . Sorrir como uma criança inocente ao reconhecer outro bobo lá de longe aproximar-se e lhe mostrar como realmente se brinca , de mamãe e papai.
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