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sábado, 13 de julho de 2013

Me conte como vai o amor , moço



Ei moço , me fale do amor . Como é que ele vai ? Faz tempo que não o vejo por aqui . Não telefona e nem me diz seus passos . Onde anda o amor ? Onde anda o cuidado e atenção , o desejo de ter por perto , a outra parte do amor ? Tá tudo tão parado por aqui , que parece que nem te conheço mais , amor . Amor tão conhecido que agora desconheço , passa por mim e ignora . Senta , e diz que vai embora . Para , olha . E não vê .

O amor não precisa ir embora , ele quer paz , só quer sentar na varanda de mãos dadas e criar raízes , frutos . E amor . Não fecha a janela agora , não . O amor tá lá embaixo , esperando você olhar . O amor tá gritando para que você fique . Não desiste agora , não . O amor precisa estar completo , precisa do teu ar , do teu toque . Mas moço , se precisar sair por aí sem hora pra voltar , saiba que eu tenho todo o tempo do mundo para amar , me leva . Quero ter você , do jeito que o amor quis .

O amor quer beijar as palavras que tem que ser ditas , não se intimide e muito menos fuja do amor . O amor é resolução , é conversa e também é beijo . De conforto , intimidade . Por tanto , devolva o meu beijo , moço . Devolva o sorriso bobo de adolescente , as fotos tiradas num celular com baixa resolução , de um passado mais fácil , mais ingenuo , de um riso frouxo que o amor me arrancava , da ida pra casa , do Me da só mais um beijinho antes de ir embora .

Eu quero um amor livre mas que também tenha seus limites , quero um amor bobo mas que também seja sério , eu quero o teu amor , moço . O amor que brinca , que leva a raiva do outro pra um caminho de riso , lembra ? É , faz tempo . As coisas ficaram mais sérias por aqui . Acabou a brincadeira , o puxão de cabelo e o tapinha na cara . E acabou parecendo que acordamos num mundo onde a regra é ser sem graça . Eu estou tentando manter o bom humor , num cantinho , para que o amor não se assuste tanto . Mas ele acaba ficando por lá , e diminuindo aos poucos , toda vez que , o amor , insistente na frieza de machões de séculos passado , desprezadores do romantismo , aqueles que a gente acha em cartas poéticas , não encontra-se mais por aqui . E eu que nunca esperei romance do amor , as vezes só queria que ele me levasse para sua casa , e lá estivesse me esperando com pétalas de rosas e chocolates em sua cama , iluminada a luz de velas , embalas por um som que nós dois gostamos , e que se não for muito mimimi da minha parte , que pelo menos fizesse parte da nossa história .

Amor , que cresce e ao mesmo , envelhece . Moço , cresce comigo !

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